Prefeitura: o desafio da reta final

Disputa entre Marcelo Crivella e Martha Rocha será voto a voto.

O maior desafio dos analistas políticos e estudiosos de pesquisas é dimensionar quem irá para o segundo turno na eleição municipal do Rio de Janeiro. Para o cientista político Geraldo Tadeu Monteiro, da UERJ, e que há anos levanta dados de tendência do eleitorado carioca e fluminense, a campanha de Eduardo Paes está fazendo certo do ponto de vista estratégico contra as candidaturas de Marcelo Crivella e Martha Rocha. “O Paes está se apresentando como anti-Crivella, que tem 58% de rejeição, e caracterizou a Martha como um risco fazendo uma associação com o Witzel, procurando caracterizá-la como não preparada para o cargo”.

Tadeu acredita em uma disputa acirrada pela segunda vaga entre a delegada e o atual prefeito. “O Crivella, apesar de ter um teto baixo por conta da alta rejeição, ele tem um eleitorado fiel, que é o evangélico, e está investindo agora no eleitorado conservador, a partir da associação com Bolsonaro. A questão toda é saber em que medida esses dois eleitorados vão convergir para o Crivella ou para o Paes. O Eduardo Paes em nenhum momento fechou as portas para um apoio dos bolsonaristas. O próprio Bolsonaro o elogiou como um gestor competente. Então, a questão toda é se o Crivella vai ter fôlego para atrair esse eleitorado conservador, que, nas atuais condições, basta 1% ou 2% de vantagem que está no segundo turno. A gente pode lembrar a situação de 2016, em que o centro político se dividiu em três candidaturas – Osório, Indio da Costa e Pedro Paulo – e as três somadas tiveram 35% das intenções de voto. Mas como o centro se dividiu, o Freixo, com 18%, foi para o segundo turno contra o Crivella. Então, as condições de oferta política influenciam muito. Vamos ter que esperar até domingo para saber”, disse ele.

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