Enquanto se discute o nome do próximo prefeito, as pessoas fecham os olhos para a importância dos políticos que interferirão nos destinos do Rio pelos próximos dez anos
AUSÊNCIA DO ESTADO — Para a maioria das pessoas que se preocupa com a política, o vereador é a base da pirâmide dos cargos eletivos. Muitos o encaram como alguém com responsabilidade limitada, que se presta apenas a batizar ruas como nomes de seus aliados e de incluir no calendário de datas comemorativas festividades que parecem não ter a menor importância — e que, na maioria das vezes, não têm mesmo.
ELO DA CORRENTE — Rio das Pedras é apenas um exemplo. Um estudo recente, feito por pesquisadores ligados à Universidade Federal Fluminense, à Universidade de São Paulo, à plataforma Fogo Cruzado e ao Disque-Denúncia (2253-1177) revela que apenas uma parcela mínima, inferior a 2% da extensão territorial do Município do Rio de Janeiro, não está, neste momento, sob influência direta das milícias ou das organizações criminosas ligadas ao tráfico de drogas. O problema, claro, é profundo e exigirá medidas federais e estaduais muito mais rigorosas do que as que estão ao alcance de um vereador.