No caso dos critérios de divisão, não basta queixar do que o Rio perde. É preciso mostrar que os outros também ganham se tudo ficar como está
ÁGUA NO DESERTO — A questão é séria e seria bom que, desta vez, os políticos do Rio tivessem a habilidade de trata-la como um tema de interesse do país inteiro — e não apenas do estado. A mudança dos critérios de distribuição dos recursos aprovada pelo Congresso é, na prática, um Robin Hood trapalhão. Ao invés de tirar recursos dos supostamente ricos e distribui-los de modo que façam diferença para os que vão receber, eles apenas tornarão todos igualmente pobres. Para ser mais claro: eles criam problemas para os produtores e não melhoram a situação dos demais estados da federação.
VIGOR FINANCEIRO — Da primeira vez que o tema foi tratado, o então governador Sérgio Cabral teve a ideia infeliz de reduzir a questão a uma “covardia contra o Rio”. Ao invés de tentar atrair aliados, ofendeu e espantou os que poderiam estar a seu lado na batalha. O ponto em questão é justamente esse. Nessa batalha, não basta mostrar que o Rio perde com o novo sistema. Muito menos se queixar dos outros. É preciso mostrar o que todos ganharão com a preservação dos direitos dos estados produtores.